Postular e exercer mandato público não é ‘carreira’: não se trata, por isso, de uma candidatura ‘natural’. Resulta de avaliação do cenário político do país. Vivemos tempos de perda de conteúdo doutrinário, programático e ético em nossa prática política. A flexibilização das fronteiras ideológicas favorece o vale-tudo da pequena política, das ‘alianças’ estapafúrdias. Tempo de tv e rádio e aporte de recursos – diz-se que com menos de R$ 1 milhão ninguém se elege deputado! – são os fatores que mais pesam.
Nossa candidatura – como as demais, do PSOL – pretende questionar tudo isso, sendo ‘franciscana e clara’, fundada em ideias e causas. Negando a colonização da política pela economia, combatendo a despolitização. Dizendo, sem soberba mas com contundência, verdades inconvenientes. Vamos defender a construção cidadã de um regime republicano real, com democracia participativa, de alta intensidade.
Nesses 90 dias, no corpo a corpo das ruas e nos parcos segundos nos meios de comunicação de massa, afirmaremos quatro eixos: mandato é para representar, não para substituir; público e privado exigem limites claros, e não promiscuidade; parlamento é lugar de dissenso, de embates, de conflitos civilizados entre projetos de reformas estruturais (a começar pela política), de nação e de mundo; hoje, mais do que nunca, é preciso problematizar os fundamentos do sistema produtivista-consumista do modelo vigente, que exaure os recursos vitais do planeta. Em síntese:
Cidadania, República, Democracia e Ecologia, na perspectiva da ressignificação do socialismo libertário no processo histórico.
Através de publicações impressas e dos recursos da internet, vamos difundir e detalhar esses princípios gerais e os programas do PSOL para o estado do Rio de Janeiro, encarnados pelo sociólogo Jefferson Moura e pelo jornalista Milton Temer, nossos candidatos ao governo e ao senado, e para o Brasil, com Plínio Sampaio e sua exemplar trajetória na vida pública.
O resgate da utopia é, para nós, dimensão indispensável. Sem esse vir a ser, a tentação do clientelismo, da hipocrisia e da corrupção – posturas abjetas e dominantes no nosso cotidiano político – são quase incontroláveis. Inspira-nos, entre tantos, nosso Monteiro Lobato, que já em 1923 constatava: “Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que se fez no mundo teve início de outra maneira, mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum”.
Conto com o seu voto consciente.
O abraço cidadão do
Chico Alencar
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